quinta-feira, 9 de outubro de 2014

II

"O pessimismo tomou a fé do poeta,
Que já não se ocupa de ler e orar,
Nem expressa em versos os rios do olhar
Que abundam de si a calmaria inquieta...

Em redondilhas quíntuplas ou nas heptas,
Em quantos papeis poderia anotar
Todas as vezes que ousou abandonar
Seu caminho por vias incorretas?"

Fé nunca houve em quem dela se desfez.
-Solte lágrimas, pois te tornas rude.
Forjas falsas crenças em solitudes...

Dizes Gazéis e as fases em Hafez
Como se te fora dada a virtude...
Um asceta, ó poeta, nunca se ilude!

09/10/2014