Vou-me do mundo dos meus olhos farto
Pois tudo quanto com meus olhos vejo
Agravos mostram, não do meu desejo,
Pois o contenho no antro de meu quarto
Aqui folguedos, lá frescores partos
Montoados de desordens vão sem pejo
Anunciações de tempos malfazejos
Espraiam-se por onde a mim me descarto
Os Elísios os tenho em meu recesso
Ora templo, então escola, teatro e arte
Mel, vinho e azeite e leite se aparelham
Tartáreo o mundo que lá fora esqueço
Geme e grita lembrando minha parte
Mais à morte esta vida se assemelha
27/04/2024