Ai! Vejo-a e isto me basta dos prazeres,
Ornar com meus versos seu alto posto,
Ampliar em sua vida por pressuposto
Mui distos sorrisos dos demais seres.
Ou ser estimado em seus pareceres,
Realça-me expectar o seu justo rosto,
Glorio-me dos dias que tendes me imposto
Leal companhia que comparto saberes.
Os partos aromas ficaram no ar,
Revoltos do seu súbito movimento,
Indago dos tais motivos secretos...
Ó Senhor, rogo mais louco não há:
Sequestrai-na do lar do Esquecimento
Ou suprimi tal lonjura dos metros!...
12/10/2015 - 22:24
segunda-feira, 12 de outubro de 2015
domingo, 27 de setembro de 2015
VIII
Não foram macios os dias de meu cárcere.
Fulminava-me a alma a obtenção dum amor,
Sendo que a mim me cabia o dolor,
E nada havia que não dilacerasse-me.
Recorrendo aos augúrios de Febo ou Ártemis
E ao Satúrnio troante a nós protetor,
Consultei astros, e sábio de indispor
Momentos raros contrários ao mártire.
O Crônida instruíra-me a fé na regência.
Seu divo pai cerceou-me os maus prazeres
Pra que eu na luta empossase afazeres.
Amor se avançava da penitência
Na afáveo honraria aos olímpios por Ceres
No anseio aos afáveis solares dizeres.
27/09/15 - 23:13
Fulminava-me a alma a obtenção dum amor,
Sendo que a mim me cabia o dolor,
E nada havia que não dilacerasse-me.
Recorrendo aos augúrios de Febo ou Ártemis
E ao Satúrnio troante a nós protetor,
Consultei astros, e sábio de indispor
Momentos raros contrários ao mártire.
O Crônida instruíra-me a fé na regência.
Seu divo pai cerceou-me os maus prazeres
Pra que eu na luta empossase afazeres.
Amor se avançava da penitência
Na afáveo honraria aos olímpios por Ceres
No anseio aos afáveis solares dizeres.
27/09/15 - 23:13
sábado, 12 de setembro de 2015
VII
Só de vos ver perco a fala, Senho...
A prudência, a compostura, a firme...
Ai! Como a solidão, dor, a triste...
Fogem do coração e vão-se embo...
Mas palavras nada encerram nesta ho...
Dos verbos todos prefiro a simple...
Dos sons confusos da boca a limpe...
Do quedo olhar que o Momento melho...
Esperar vosso Amor vão me pare...
Cortejar-vos com versos persuasi...
Não vos comprazeis, e tornai-me evasi...
Gesto e risos com que não me apete...
Calo-me ante vós sendo incisi...
Lamentar intento tão conclusi...
-
12/09/15 - um ano, acabei hoje este esboço antigo.
27/07/20 - lendo Cervantes, aprendi que esse verso é uma décima de "cabo roto".
A prudência, a compostura, a firme...
Ai! Como a solidão, dor, a triste...
Fogem do coração e vão-se embo...
Mas palavras nada encerram nesta ho...
Dos verbos todos prefiro a simple...
Dos sons confusos da boca a limpe...
Do quedo olhar que o Momento melho...
Esperar vosso Amor vão me pare...
Cortejar-vos com versos persuasi...
Não vos comprazeis, e tornai-me evasi...
Gesto e risos com que não me apete...
Calo-me ante vós sendo incisi...
Lamentar intento tão conclusi...
-
12/09/15 - um ano, acabei hoje este esboço antigo.
27/07/20 - lendo Cervantes, aprendi que esse verso é uma décima de "cabo roto".
sexta-feira, 11 de setembro de 2015
VI
Andou viva e pura em meu pensamento
Amada flor, na vida germinada,
E percorria no tempo encarnada
Onde é vago e fugaz o sentimento.
Quando a via vivia perfumada
Em tocá-la sempre está florescida.
Enquanto florescer tão bem luzida
Não haverá lira mais bem versada.
Mas outrora onde enfrentava as tormentas
Para tal Musa, e a toda ela voltado,
Já não mais sinto o perfume exalado.
Se todo o tempo já não mais sustenta
Esta diva flor, que murcha tem estado,
Já penso meu mundo, morto e acabado.
-
28/07/10 - primeiro soneto
Amada flor, na vida germinada,
E percorria no tempo encarnada
Onde é vago e fugaz o sentimento.
Quando a via vivia perfumada
Em tocá-la sempre está florescida.
Enquanto florescer tão bem luzida
Não haverá lira mais bem versada.
Mas outrora onde enfrentava as tormentas
Para tal Musa, e a toda ela voltado,
Já não mais sinto o perfume exalado.
Se todo o tempo já não mais sustenta
Esta diva flor, que murcha tem estado,
Já penso meu mundo, morto e acabado.
-
28/07/10 - primeiro soneto
segunda-feira, 31 de agosto de 2015
V
Cárcere mordaz que me vejo e instalo
Ó Grão Frecheiro, sua luz não ma vem
Nos confins dos limites onde tem
Me aptido a servir-te tal qual vassalo.
Dos venenos que me instive em probá-los,
Penitência no claustro afeito a quem
Tão pompo de si quanto alheio a outrem,
Não pode a dotes ou dons de usá-los.
Insurge-me o Urânio afim que me alçe
E o divo das chaves não tarda a ousar
De sua régia lei o correto acusar.
Não sói nos Amores fator que realce
Na crúcea volta propício causar
Por frustras horas lícito os usar?
Ó Grão Frecheiro, sua luz não ma vem
Nos confins dos limites onde tem
Me aptido a servir-te tal qual vassalo.
Dos venenos que me instive em probá-los,
Penitência no claustro afeito a quem
Tão pompo de si quanto alheio a outrem,
Não pode a dotes ou dons de usá-los.
Insurge-me o Urânio afim que me alçe
E o divo das chaves não tarda a ousar
De sua régia lei o correto acusar.
Não sói nos Amores fator que realce
Na crúcea volta propício causar
Por frustras horas lícito os usar?
domingo, 23 de agosto de 2015
IV
Quedo momento propício aos augúrios,
Enquanto setas sorria Selene,
Meu juízo prospecta assim pra que drene
O fio do porvir a ascetos murmúrios.
Mas horas oscuras vão sevos, fúrios
Os rudos servos de Arimã em sirenes
Rugindo ao Orco e rompendo o perene
Apraz silêncio tão caro a Mercúrio.
Em torpe furor, tal vale das mortes,
Lá mesmo excelso remédio reside
Se ao Caos extertor bom servo tem fides.
Algo há nisso uma razão que os conforte:
Em lágrima e tremor sempre progride
Bom peregrino em Amor a que os lide.
23/08/2015
Enquanto setas sorria Selene,
Meu juízo prospecta assim pra que drene
O fio do porvir a ascetos murmúrios.
Mas horas oscuras vão sevos, fúrios
Os rudos servos de Arimã em sirenes
Rugindo ao Orco e rompendo o perene
Apraz silêncio tão caro a Mercúrio.
Em torpe furor, tal vale das mortes,
Lá mesmo excelso remédio reside
Se ao Caos extertor bom servo tem fides.
Algo há nisso uma razão que os conforte:
Em lágrima e tremor sempre progride
Bom peregrino em Amor a que os lide.
23/08/2015
domingo, 16 de agosto de 2015
III
Passos inócuos em círculos vis
Vejo que buscas por ela incessante
Fluídos vitais e valiosos instantes
Dedicas ao símile a quem servis.
Não a gestos ou a olhares sutis
Vislumbras quando a tens no semblante.
Ponderas, porém, em momento adiante
Quimeras medonhos em que a possuís.
Ó, Triste Peito! Não sentes e anelas...
Quais as vozes que em ti próprio habitam,
E ao pleno fluir dos amores evitam?
Susténs todos os cadeados e cancelas.
Congrega-te a teu meio e assim se quitam
Males pra que as Grãs Hostes o permitam.
16/08/2015
Vejo que buscas por ela incessante
Fluídos vitais e valiosos instantes
Dedicas ao símile a quem servis.
Não a gestos ou a olhares sutis
Vislumbras quando a tens no semblante.
Ponderas, porém, em momento adiante
Quimeras medonhos em que a possuís.
Ó, Triste Peito! Não sentes e anelas...
Quais as vozes que em ti próprio habitam,
E ao pleno fluir dos amores evitam?
Susténs todos os cadeados e cancelas.
Congrega-te a teu meio e assim se quitam
Males pra que as Grãs Hostes o permitam.
16/08/2015
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